02/01/2012 - 8° Dia
San Pedro de Atacama - Pukará de Quitor
Fomos visitar as ruínas do Pukará de Quitor, uma fortaleza a 3 Km do centro da aldeia, construída pelo povo atacamenho no final do século XV para se proteger das invasões de outros povos. Por fim vieram os espanhóis que dizimaram a população. Na última batalha, em 1540, os espanhóis cortaram as cabeças dos líderes e espalharam pela aldeia, aqueles que não quiseram morrer pelas mãos dos espanhóis se mataram uns aos outros e as suas famílias. Um senhor descendente do povo atacamenho e quem sabe de incas era o guardaparque que nos contou com orgulho e compaixão a história do seu povo. Uma história triste e sangrenta como em geral são as histórias da colonização européia. O parque possui duas trilhas (senderos) e um pequeno museu de objetos encontrados na fortaleza. A primeira trilha percorre o que sobrou da fortaleza. Dá pra se ter uma excelente ideia da distribuição das casas e as ruínas dão boas "dicas" do que era originalmente o local. A segunda trilha é maior e culmina com o topo de uma colina onde há um monumento em homenagem aos atacamenhos degolados pelos espanhóis. Dali tem-se uma ótima vista de toda a aldeia de San Pedro de Atacama. Não esqueça de abastecer-se de muita água antes da subida.
03/01/2012 - 9° Dia
San Pedro de Atacama - Gêiseres del Tatio
Saímos do camping perto das quatro da matina. Havíamos nos informado que as vans de agências costumam iniciar o percurso às 4h e pretendíamos seguí-las para não errar o caminho. O percurso de 80 Km é feito em mais ou menos duas horas e meia. O termômetro do carro chegou a marcar -5°C graus e o GPS mais de 4000 metros de altitude. A estrada é sinuosa e coberta de pedrisco. Chegamos por volta das 6h30 min, com o dia ainda amanhecendo. Impossível descrever a maravilha que é apreciar os gêiseres. Vou deixar que as fotos falem por si. Dezenas de fendas na superfície da terra espirrando vapor e água quente. Muito frio, de congelar os dedos, mesmo estando muito abrigados contra ele, devido a humidade penetrante. É na primeira hora da manhã que os gêiseres estão em plena atividade, chegando a atingir 11 metros de altura e 800°C e aos poucos o fenômeno vai diminuindo. Por volta das 9h o espetáculo já havia diminuído quase por completo. Perto dali uma piscina de água quente formada por nascentes de água dos gêiseres, fazia a alegria de alguns turistas. Depois que todas as vans das agências de turismo partiram de volta para a aldeia, não resistimos ao apelo da natureza e nadamos nus no poceirão fumegante ao som de Raul Seixas no rádio do carro. Ficamos sós naquela imensidão magnífica, mergulhados na água quente para aliviar o frio que a esta hora devia estar pelos nove graus positivos. No retorno para a aldeia pudemos apreciar toda a beleza de uma das estradas do deserto mais alto e mais seco do mundo. O dia estava lindo, a estrada fica em meio a uma grande planície, antes de iniciar a descida, de onde se avistam vulcões, picos nevados, vicunhas e o mais impressionante, um céu muito azul que parece estar muito próximo. Para nossa surpresa cruzamos com um viajante solitário, caminhando bem afastado da estrada, com uma enorme mochila nas costas e usando um bastão metálico como apoio. Diante de tanta beleza fica mais fácil entender a coragem e o desejo de desvendar a natureza.
Pela tarde já no camping percebemos que o tempo estava mudando, uma “tormienta” de terra e chuva se aproximava. Por conselho do zelador do camping mudamos nosso acampamento para dentro de um salão de festas. O vento era muito forte e todo o horizonte ficou com a cor da poeira levantada por ele. A tempestade de terra não deixava de ter seu fascínio. Os chilenos filmavam e fotografavam a chuva com alegria, há um ano não chovia por aqui.
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