A partir de San Salvador de Jujuy ou Salta na Argentina, porta de entrada pra quem sai do sul do Brasil para explorar muitos dos giros andinos possíveis, a viagem é praticamente pular de oásis em oásis, alguns bem distantes um do outro. Nem sempre os oásis correspondem a idéia que cada um tem de prazer, satisfação e conforto. O sul do Peru também é bastante árido entre uma cidade e outra, permeado de montanhas terrosas e planícies secas e desérticas. Tacna, na fronteira com o Chile, possui o único free-shop do Peru e tem ares cosmopolitas sem perder o charme provinciano. A próxima cidade em direção ao norte, Monqueguá, é uma cidade de porte médio com algum charme interiorano, por entre ladeiras que sobem e descem. Daqui é possível seguir direto para Puno (Lago Titicaca) em estrada de asfalto (pouco mais de 300 Km). Mais uma vez optamos pelo caminho mais longo e ir para Cuzco via Arequipa, pra conhecer um pouco mais do Peru uma vez que, de Machu Picchu, seguiremos direto para Puno, onde começaremos a explorar o Lago Titicaca, suas belezas e seus mistérios antes de atravessar o Paso de Yunguyo e percorrer o lado boliviano do Lago.
Tacna |
Tacna |
Distâncias a partir de Tacna |
15/01/2012 – 21° Dia
Tacna/Arequipa - 340 km
Os guias de viagem podem passar uma idéia muito distinta da realidade e geralmente chamam de “a cidade” o bairro onde estão os principais pontos turísticos. Em Arequipa, o turista encontra boas opções de restaurantes, hotéis, hostals, cafés, etc. desde que não se afaste do cinturão turístico que existe em volta do centro, qualquer opção fora disso pode transformar a passagem por Arequipa numa experiência bastante estressante.
boneco do Che em tamanho natural na vitrine de um bar |
Saindo do bairro centro, onde estão os principais monumentos históricos e serviços turísticos, Arequipa é uma cidade grande típica da América Latina, com uma periferia imensa, enormes favelas e o ar carregado de poluição atmosférica. A poluição sonora já nos soou mais pitoresca. Os peruanos buzinam o tempo todo, principalmente os taxistas para chamar a atenção dos clientes. Os guardas de transito apitam o tempo todo enquanto os carros passam; e estendem a mão sem soar nenhum apito para os carros pararem e permanecem em silêncio até a liberação do tráfego novamente. Motos e bicicletas adaptadas carregarem dezenas de objetos como panelas e chaleiras ou até mesmo pessoas. A sensação que se tem é que o Peru, aceitou seu destino ocidental (?) sem perder a originalidade nativa. O que alivia o ar carregado dos contrastes da civilização moderna é o cartão postal permanente por trás de tudo isso: três vulcões imponentes e seus picos nevados lá em cima amenizam a paisagem aqui em baixo.
16/01/2012 – 22° Dia
Arequipa
Arequipa
17/01/2012 – 23° Dia
Arequipa/Juliaca - 280 Km
Aos poucos as montanhas desertas vão adquirindo uma vegetação verde amarelada e depois verde oliva. Chegamos em Juliaca por volta das 20h. Cidade movimentada, ruas estreitas, trânsito caótico e dezenas de táxis, que lembram uma romiseta, mas são triciclos cabinados e que levam até dois passageiros. Estes veículos são fabricados na Índia e dão um ar muito pitoresco a cidade. Amanhã seguiremos para Cuzco e depois mais 80 km até Ollantaytambo, última cidadezinha onde se pode chegar de carro antes de Machu Picchu. Ali tomaremos o trem até Machu Picchu Pueblo (Águas Calientes) e depois um ônibus até a cidade sagrada.
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