RELATOS DE VIAGENS América do Sul




Deixamos aqui nossos relatos de viagens como colaboração à outros viajantes e para expressar o nosso “valeu” àqueles que relataram suas experiências na rede de internet, ajudando os aventureiros a planejar e viajar pela América do sul com mais informação e segurança.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Prazer em conhecer: Pacífico

06/01/2012 - 12° Dia
San Pedro de Atacama/Iquique via Tocopilla - 500 Km

Os mapas nos davam duas opções de estradas para Iquique a partir de S P de Atacama: depois de Calama podíamos seguir pelas montanhas até Iquique (480 Km) ou ir direto a Tocopilla, já no Pacífico, e dali mais uns 250 km pela costa do Pacífico até Iquique. A diferença era de uns 20 Km. Optamos pela ida mais longa porém pela costa do Pacífico.  Tocopilla  é uma cidade assustadora, parece uma grande favela a beira mar com grades nas casas e nos comércios.  Abastecemos e pegamos a estrada em direção a Iquique o mais rápido possível. As estradas são muito boas e estáveis. Para se ter uma idéia, enquanto o Pinho dirigia até Tocopilla, aproveitei para pintar as unhas :-)

 A costa do Pacífico é pontilhada por uma cordilheira árida. A paisagem é isólita, o mar é lindo, de um azul mais escuro, quase marinho, no pé de uma  cordilheira de origem vulcânica, entre o chumbo e o marrom e completamente nua. Não há nenhuma vegetação, a terceira cor que se vê é o branco das ondas/nuvens. Chegamos no pacífico às 19h, para nós um encontro emocionante. O sol ainda estava alto e veríamos pela primeira vez o sol se pondo no mar...

Costa do Pacífico, próximo a Tocopilla

Costa do Pacífico - Chile
 

Chegamos em Iquique pelas 22h, uma cidade grande e com o típico agito das cidades litorâneas do Brasil em janeiro: carrões, pedestres,  feirinhas, belos prédios e hotéis a beira mar (somente a beira mar). Havíamos selecionado três hostals através dos guias e da internet e visitamos mais uns quatro além destes. Todos nos pareciam ruins, ou porque eram caros (embora mais baratos que em S P de Atacama), ou porque não tinham wi-fi ou porque não havia garagem para deixar o carro. Optamos pelo El Turista porque tinha wi-fi e garagem dentro do hostal. CH$ 24000 por um  quarto quádruplo com garagem e “baño compartido”. Ruim. A internet não funcionou, água quente até a uma da manhã, mas a meia noite já estava fria.

07/01/2012 - 13° Dia
Iquique

Saímos do hostal El Turista pelas 10h da manhã para procurar um endereço definitivo onde ficar e finalmente informar a Visa um endereço para o recebimento do cartão emergencial. Pelas 14h,  depois de visitarmos o 4°/5° hostal/hotel avistei uma bandeira do Brasil em frente a um Posto da Petrobras, no centro da cidade próximo a Playa Cavancha, a principal de Iquique. A placa dizia: Restaurante Comida Brasileña. Fomos até lá e conhecemos Sonia, uma baiana de Minas Gerais/São Paulo. Sonia nos ofereceu sua casa por CH$20000 com as três refeições incluídas: café da manhã, almoço e janta. Uma única refeição em San Pedro de Atacama para os quatro nos custava de CH$10000 a CH$15000. A casa fica no piso superior do restaurante, um prédio de madeira muito antigo e mal conservado, com uma sala de estar acolhedora e uma arquitetura interessante.  Sônia nos explicou que o prédio é alugado e caro e que o proprietário não investe em reparos e eles o mínimo possível porque em um ano ou dois mudarão seu ramo de negócios para um hotel que estão construindo.  Ficamos como se estivéssemos em casa, com wi-fi, lavanderia, camas muito confortáveis, ótima ducha, toalhas de banho enormes e felpudas, boa comida e principalmente uma excelente acolhida da Sonia e seu marido Aldo (chileno), ambos muito amáveis e tranquilos. Sonia nos disse ainda que costuma abrir sua casa para brasileiros “pero chilenos não, não são confiáveis a cá". 

Definido nosso endereço, corremos a cidade inteira atrás de um chip de celular de Iquipe para informar a Visa. Não havia chip pré-pago em nenhuma loja e nenhum quiosque, somente no centro, de ambulantes ou em centros de chamadas telefônicas e todos nos pareciam de origem duvidosa. Foi o jeito. Testamos o primeiro e não funcionou. Na terceira tentativa, em uma loja de uma galeria bem ajeitadinha no centro, tínhamos finalmente nosso celular em Iquique.  Próxima etapa, informar a Visa endereço e telefone. A atendente da Visa no Brasil, plantão do final de semana, me deixou bastante insegura: informei o endereço, “mais alguma coisa senhora?” A Visa agradece, tenha uma boa tarde!” Como assim tenha uma boa tarde? quanto tempo? que tipo de envio? quem entrará em contato?  correio ou agências internacionais de entrega? “não sei lhe informar senhora”. O jeito foi rumar em direção ao mar e relaxar na areia cinza e quente do Pacífico e aguardar até segunda-feira para falar novamente com a mesma atendente da vez anterior que me deu o seu nome e o de sua colega e que atendem durante a semana. 



O arrebol no Pacífico





A praia estava ótima, sem vento, areia quente, mar gelado. Proibido ingerir bebidas alcoólicas,  proibido jogos com “pelotas”, proibido animais na praia... Policiamento intensivo,  praia lotada! Predominam as cores fechadas nos biquínis gigantes e nas toalhas de praia. É comum vermos as pessoas banharem-se de roupas. Fiquei acanhada com o meu biquíni, que é bem grandinho pros padrões brasileiros... Em seguida o sol ficou parcialmente encoberto, então decidimos adiar o banho até o dia seguinte e por (ag)ora só molhamos os pés nas águas geladas do Pacífico. 

Notas de Rodapé
* Salada de frutas grande a beira mar R$4,00; empanadas fritas R$ 3,20

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